Violência sexual

Casos de estupro crescem no estado do Rio, segundo dados do ISP

Até esse mês, foram registrados mais de 3 mil casos do crime

Casos aumentaram no estado do Rio de Janeiro em julho deste ano
Casos aumentaram no estado do Rio de Janeiro em julho deste ano |  Foto: Reprodução
 

O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso, em julho deste ano, acusado de estuprar uma mulher enquanto ela dava à luz em um Hospital de São João de Meriti. Esse foi apenas um dos 512 casos registrados sobre o crime no estado do Rio de Janeiro em julho deste ano. Um outro exemplo foi o do modelo Bruno Krupp, que foi acusado de praticar o mesmo crime contra uma jovem em Niterói. A denúncia da vítima contra o modelo nas redes sociais abriu margem para que outras mulheres relatassem outros abusos contra o mesmo acusado. O número de registros de ocorrência do crime cresceu quando comparado ao mesmo mês no ano de 2021.

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em julho de 2022, foram registrados 512 casos de estupro no Rio, já no mesmo mês em 2021 foram registrados 412 casos. Com isso, a variação de denúncias do crime aumentou em 24,3%.

O Instituto ainda demonstrou que de janeiro a julho de 2021 foram registrados 2.918 casos de estupro no estado. O mesmo período, em 2022, registrou um total de 3.252 registros. De janeiro a dezembro do ano passado foram foram feitos, ao todo, 5.110 registros de estupro no Rio.

O mês de julho foi o segundo com mais casos de estupro registrados no ano de 2022, perdendo apenas para março, que teve um total de 531 registros. Em nenhum mês de 2021 houve mais de 500 casos de estupro registrados. 

A Baixada Fluminense, onde o médico Giovanni foi denunciado por estupro, foi a área onde as vítimas mais fizeram boletins de ocorrência sobre o crime neste ano. Ao todo, foram registrados 917 casos na região em 2022.

A segunda área com mais casos registrados foi a da Zona Oeste, onde Bruno Krupp foi acusado do mesmo crime, e parte da Zona Norte. Na região, foram registrados, ao todo, 687 casos do crime. 

A Região de Niterói e Região dos Lagos, passando por São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, registrou 537 casos do crime neste ano. Em seguida, aparece a Zona Sul, Centro e outra parte da Zona Norte do Rio com um total de 373 casos registrados. As outras regiões do Rio apresentam menos de 300 casos registrados no ano.

Crianças e adolescentes também têm sido vítimas de estupro

Em julho, dois homens foram presos após acusações de abusos contra meninas de 11 anos. Em um dos casos, o homem era vizinho da vítima e mantinha relação com a criança há três anos. Além dos atos carnais, o homem enviava vídeos de cunho sexual para a criança e ameaçava matá-la caso ela contasse o que ocorria para alguém. Ele foi preso após fugir para o Alagoas. A mãe da menina descobriu o caso depois que conversou com a filha. 

Em outra ocorrência, o acusado, além de estuprar a enteada, a mantinha em cárcere privado há dois anos. A prisão dele foi realizada por agentes da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias). O caso foi descoberto após a criança dar entrada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Caxias.

Em um terceiro caso, o pai de uma menina de 7 anos e um menino de 3 anos foi preso por abusar sexualmente dos filhos. Ele foi capturado por agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Niterói, em uma plataforma de petróleo na Bacia de Santos, no litoral do Rio de Janeiro.

Nos três casos, os homens ameaçavam as vítimas para que elas não denunciassem o caso.

Nova tentativa de estupro em agosto

Mais um caso chamou a atenção para o crime de estupro no mês de agosto. Uma mulher foi perseguida, agredida e arrastada por um homem em situação de rua que tentou abusar dela.

A vítima estava passeando com sua cadela no Flamengo, na Zona Sul do Rio, quando o homem a abordou e a arrastou, impedindo que ela se defendesse. O caso ocorreu no sábado (13). 

O autor do crime foi preso por policiais do programa Segurança Presente, no entanto, ele causou um trauma na vítima. Além de agressivo, em um vídeo de uma câmera de segurança da rua onde o caso ocorreu, é possível ver que o acusado toca na região íntima da vítima e tenta abaixar a calça dela, mas ele não consegue.

O acusado foge ao perceber que um homem se aproxima para proteger a mulher. O caso foi registrado na Delegacia do Catete (9ª DP).

Importante denunciar

O estupro vem sendo um tema de grande debate nas redes, principalmente entre as mulheres. Muitos relatos de casos são expostos nas redes sociais e dão forças para que outras vítimas se dirijam até uma delegacia e denunciem o crime. 

Quem estiver passado ou passou por uma situação de estupro pode procurar uma delegacia e denunciar o agressor. Também é possível fazer um boletim de ocorrência online.

Um outro caminho para realizar a denúncia é o Disque 100 (o canal de denúncia da Mulher, Família e dos Direitos Humanos para vítimas crianças e adolescentes) ou pelo Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência). 

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